Data publicação: 09 de novembro de 2016
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Há 26 anos no serviço público, o agente administrativo de saúde, Luiz Fernando Carvalho, não sabe como vai sobreviver nos próximos meses caso o aumento na contribuição previdenciária dos servidores, de 11% para 30% — já com a conta extra — seja aprovado. Luiz passará do salário líquido de R$ 1.087 para menos de R$ 880, valor do salário mínimo nacional e menor do que o estadual. O servidor se desespera diante das contas pendentes:

— Como todo servidor público, tenho alguns empréstimos consignados e não acabei de quitá-los. Eu vivo de aluguel. A minha esposa está desempregada e eu tenho dois filhos. A conta de luz está atrasada há dois meses. Não paguei a água. Tenho que pagar celular atrasado. São muitas as cobranças — disse o agente de saúde.

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Luiz é um entre os 460 mil servidores, entre ativos, aposentados e pensionistas, que terão seus recursos cortados. A Secretaria de Planejamento não confirmou quantos funcionários recebem até R$ 2 mil e se é possível descontar vencimentos de servidores deixando-os com menos de um mínimo líquido.

— Fica muito difícil quando você ouve o governo dizer que vai descontar de quem já ganha pouco. Uma categoria como o pessoal da saúde que não ganha reajuste há mais de dez anos! Não temos nem vale-transporte — lamentou Luiz.

Jornal Extra