Com duas matrículas de professor da rede pública estadual, André Camargo, de 44 anos, tem dificuldades para fechar o orçamento mensal. Os cerca de R$ 3.700 que recebe de salário servem para pagar o aluguel, a pensão do filho e as contas da casa, e bancar a alimentação. A sobra, que antes era possível, hoje serve apenas para quitar dívidas. Se depender do governo do estado, os vencimentos de André estarão congelados até 2020, pois novos reajustes estão vetados, e os triênios, ameaçados. Até os aumentos já acordados podem ser suspensos. Enquanto isso, a projeção da inflação acumulada entre 2016 e 2019 chega a 17,95%
— Eu não vejo um quadro otimista pela frente. Se não houve alguma mudança nas condições de trabalho, que hoje são insalubres, ficará muito difícil trabalhar, ainda mais tendo os salários congelados.