Data publicação: 26 de dezembro de 2016
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Após dois meses de confrontos entre servidores e policias, rusgas entre deputados e um pacote-bomba a ser votado, o todo-poderoso Jorge Picciani (PMDB) fala abertamente, pela primeira, que o início de 2017 será decisivo para o governo de Luiz Fernando Pezão, seu colega de partido. Para Picciani, é preciso colocar a “casa em ordem” até abril, caso contrário não haverá como governar. Se houver o impedimento de Pezão, ele indica para o Palácio Guanabara o tucano Luiz Paulo, colega no parlamento; os economistas Pedro Parente e Armínio Fraga, e o sempre presente Eduardo Paes.

Presidente falou abertamente de uma possível saída do governador

Ainda existe apoio ao governo estadual na Alerj?

Já não há mais base do governo. Os deputados dos mais diferentes partidos se tornaram independentes. Tudo aquilo que se consegue aproveitar dos projetos, a gente tem votado. Hoje, a situação é assim: “O governador quer isso, o deputado é contra”. Se o governo souber dialogar, ele consegue a ajuda da Alerj.

Concordou com a posição do Executivo em entregar à Assembleia Legislativa um “pacote-bomba” sem que houvesse uma discussão prévia?

O parlamento tem que estar preparado para ajudar o Estado com bom senso. Não se pode esperar que o parlamento aprove tudo, pois um iluminado do governo disse que aquilo que foi enviado vai resolver a crise.

O senhor acha que o Estado chegou ao fundo do poço ao não pagar os servidores?

Se continuar esse quadro, quitando novembro em janeiro... O salário de dezembro não paga mais em dia a Educação e também a Segurança. Como fevereiro é um mês curto, o salário (de dezembro) será quitado já para o fim de março. Olha, você vai ter o 13º salário sem pagar, janeiro e fevereiro vencido, e, quando estiver no fim de março, nós já teremos a preocupação de iniciar o pagamento em abril. Serão praticamente quatro meses de dívida. Aí não tem governabilidade que resista.

Jornal Extra