Segundo o oceanógrafo Gabriel Le Campion, o local onde ocorreu o acidente é conhecido por formar redemoinhos. “É um rio que vem erodindo rochas, há muito tempo, e isso faz com que buracos apareçam e provoquem correntes muito fortes na parte inferior das águas. Isso pode provocar muito refluxo e puxar uma pessoa” ,explicou.
A proximidade com hidrelétricas pode ser considerada um sinal de alerta para banhistas, já que a correnteza nesses locais podem ser ainda maiores. “Não se deve mergulhar próximo a hidrelétrica porque as correntes são mais fortes nessa região. Por causa das turbinas e vários fatores que fazem o local ter fluxo de água muito forte, principalmente na parte inferior do rio”, disse Gabriel.
Um outro ponto citado pelo especialista é o fato das pessoas avaliarem a segurança do banho baseada na tranquilidade das águas. Na parte inferior pode haver correntes muito fortes, e em cima [na superfície] o rio pode tá calmo. Ao entrar na água, é que a pessoa vai perceber que está sendo arrastada. Como a água do rio tem baixa densidade, em relação ao mar, o corpo afunda rápido”.
De acordo com Gabriel Le Campion, a imagem de calmaria das águas de um rio em relação ao mar não significam que o local é propício ao banho. “O rio às vezes é muito mais perigoso que a praia. Tem que se ter muito cuidado quando se banha no rio por causa destes tipos de correntes ou redemoinhos que sugam as pessoas. Em alguns locais, o Rio São Francisco é muito fundo, principalmente próximo à represa [de Xingó, onde o ator Domnigos Montagner se afogou]”.
"O ideal é que a pessoa que não conhece o local onde vai mergulhar obtenha informações sobre a região. Primeiro a pessoa deve se informar com os moradores locais, que conhecem mais a dinâmica do rio. A pessoa tem que se precaver e não entrar na água do rio sem nenhum suporte”.
G1- Anderson Barbosa e Joelma Gonçalves