Com a proposta de aproximar a plateia da realidade dos atletas paralímpicos, o público foi instigado a usar os sentidos. Em outro momento, a união de todos os países formou um grande coração pulsante para transmitir a mensagem: “O coração não conhece limites”.

O espetáculo
A cerimônia, idealizada pelo escritor e dramaturgo Marcelo Rubens Paiva, pelo design Fred Gelli e pelo artista plástico Vik Muniz, começou com uma viagem na história do Movimento Paralímpico. Um vídeo mostrou o berço do paradesporto, iniciado no fim da Segunda Guerra Mundial na pequena cidade inglesa de Stoke Mandeville. As imagens fizeram uma conexão entre a capital britânica Londres e Belém, no Pará, com Sir Philip Craven, presidente do Comitê Paralímpico Internacional, passando pelos locais em sua cadeira de rodas. Em seguida ele chega ao Rio de Janeiro e entra na rampa do Maracanã para, enfim, surgir no meio do público, dando início à contagem regressiva.
Foi neste momento que uma das principais apresentações da noite levantou a plateia: o norte-americano Aaron Wheelz, que nasceu com uma má-formação congênita conhecida como espinha bífida, utilizou sua cadeira de rodas para realizar um feito que poucas pessoas teriam coragem de tentar. O atleta desceu, em alta velocidade, por uma mega rampa de 17 metros (equivalente a um prédio de seis andares) montada ao longo das arquibancadas do Maracanã. No momento em que Aaron Wheelz concluía a manobra, fogos de artifícios foram disparados, iluminando o céu do Rio de Janeiro.
Roda brasileira
A roda foi a primeira homenageada da noite. Ícone universal de mobilidade, ela foi apresentada da forma mais brasileira possível, por meio de um pandeiro dentro de uma roda de samba. O encontro, que representa a cultura nacional, contou com os bambas Monarco, Maria Rita, Pretinho da Serrinha, Xande de Pilares, Hamilton de Holanda, Diogo Nogueira e Gabrielzinho do Irajá.
Em seguida, uma projeção fez o gramado do Maracanã virar uma grande piscina. A imagem do nadador brasileiro Daniel Dias atravessou o palco do futebol mundial no melhor estilo livre. A transformação foi para mostrar um típico dia de praia da Cidade Maravilhosa, com a água da piscina recuando e abrindo espaço para a areia.
A cena proporcionou uma experiência surpreendente ao público, que viu surfistas, banhistas, vendedores e esportistas em diversidade de formas e cores. Um dos personagens mais típicos das praias cariocas, o vendedor de "Mate" fez o galão com chá virar tambor. Após a encenação, o Hino Nacional foi executado pelo maestro João Carlos Martins e os guarda-sóis da praia se transformaram em uma imensa bandeira do Brasil.
