Centenas de pessoas que recebem o Aluguel Social e podem ter o benefício suspenso protestam no Centro do Rio na manhã desta quinta-feira. O pacote de medidas proposto pelo governador Luiz Fernando Pezão prevê a extinção do projeto social. Os manifestantes se reuniram perto da Central do Brasil e vão caminhar até a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Por volta das 11h30, o grupo conseguiu fechar a pista lateral da Avenida Presidente Vargas. Já às 11h50 os manifestaram fecharam a Avenida Rio Branco e a pista do VLT.
Elen Silva, de 45 anos, mora no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, e disse que ela e outras pessoas nesta situação se sentem humilhadas:
— Estou nessa luta, muito difícil, muito triste. Vão tirar uma coisa que é minha. O Governo do Estado me disse que daria outra casa e me dá esse aluguel que não dá para pagar nada. Agora até isso querem tirar. Nos encontramos nessa situação humilhante.
De acordo com a dona de casa, o benefício está atrasado:
— Meu senhorio chegou a minha casa e fiquei com vergonha porque não tinha dinheiro para pagar. Não queria estar aqui, mas queremos nossos direitos. O governador podia dizer se não tem um outro plano B. Estou muito triste. Sou do Nordeste, transferi meu voto para cá, para poder exigir meus direitos.
Entenda o programa
O decreto que criou o programa aluguel social foi publicado em abril de 2010, quatro meses depois da tragédia das chuvas em Angra dos Reis, no Sul do estado. O objetivo era remover moradores de áreas de risco e pagar um valor de benefício para moradia até a construção de casas populares.
Atualmente, 9.640 famílias, em 15 municípios, recebem em média R$ 500 por mês. O maior número de beneficiários está em Niterói, onde 2.192 famílias estão cadastradas. A maioria delas do Morro do Bumba que desabou em 2010. Por mês, são aplicados R$ 4,2 milhões no programa.