Com um ano de idade, Guilherme é o primeiro caso registrado de microcefalia adquirida, quando bebês infectados pelo vírus da zika apresentam os sintomas da malformação meses depois. Eles nascem aparentemente saudáveis — no caso de Guilherme, os sintomas apareceram depois de 4 meses. A pesquisadora e neuropediatra Vanessa Van Der Linden acredita que as crianças precisam ser acompanhadas até o 6º ano de vida.
Guilherme só foi apresentar os sintomas aos 4 meses de idade (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)
“O dano cerebral está ali, mas a aparência de saudável pode enganar. Nesses casos, a microcefalia só fica evidente com o acompanhamento. O pediatra precisa ficar alerta e acompanhar o bebê. Qualquer desvio psicomotor e da curva, é preciso encaminhar para o neurologista, se houver essa desaceleração do perímetro cefálico, para a gente iniciar logo a estimulação dessas crianças”, ressalta a especialista.
Mãe de Guilherme, Germana Soares, teve zika durante a gestação. Ela diz que se não fosse a suspeita de uma médica por conta do surto da doença, a confirmação de microcefalia, talvez, só teria acontecido após os 4 meses de vida do filho.
“Ele só começou a apresentar atraso no desenvolvimento aos 4 meses e convulsionou pela primeira vez no 5º mês. Imagina se essa médica, esse anjo, não tivesse suspeitado só porque eu tive zika. Meu filho estaria meses sem o estímulo tão necessário para ele”, diz.
Fonte G1