Estudar para a prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ser confuso: ao contrário das quatro provas objetivas, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) não informa o conteúdo exigido de antemão. O objetivo, afinal, é avaliar se os candidatos e candidatas demonstram as competências esperadas na hora da produção de um texto dissertativo-argumentativo.
Não existe "bola de cristal", e que não basta ficar de olho em assuntos que ocuparam os holofotes da opinião pública neste ano ou no ano passado. Um exemplo de como isso pode atrapalhar é o tema sobre os efeitos da Lei Seca no Brasil, que não estava em pauta antes de aparecer na prova do MEC.
Outra dica é entender que o tema da redação é relevante, mas não é o mais importante: o que a prova espera é que o candidato leia e entenda a proposta, estruture sua redação dentro do formato exigido e produza sua proposta de acordo com valores universais de direitos humanos.
Confira alguns dos possíveis temas:
"O papel da população no combate ao mosquito Aedes aegypti"
"O desafio da mobilidade urbana nas grandes cidades do Brasil"
"A responsabilidade diante de grandes catástrofes ambientais"
"Refugiados: o papel do Brasil na ajuda a países assolados por guerras e grupos terroristas"
"Belo Monte e o desastre em Mariana: qual é o custo do progresso?"
"Estado laico e democracia são conceitos teóricos ou aplicáveis na sociedade?"
"A intolerância religiosa e suas consequências: violência e opressão"
"O esporte como possibilidade de ascensão social"
"A participação política por meio das redes sociais" "As ocupação das escolas públicas e o movimento estudantil"
"Redução da maioridade penal"
"Democracia e a participação dos jovens" "Urbanização e sustentabilidade"
"Mobilidade urbana"
"Economia verde" "A prática do bullying nas escolas brasileiras"
"A inclusão de pessoas com deficiência no Brasil"
"O fenômeno da transição demográfica no Brasil"
"A privacidade da comunicação nas redes sociais: o embate entre o judiciário brasileiro e o WhatsApp"
"O colapso da mobilidade urbana e suas perspectivas"
"O embate entre o poder público e interesses privados diante de grandes problemas ambientais"
São quatro os passos para chegar preparado para essa prova do Enem: ler, escrever, corrigir e reescrever. Primeiro, é preciso se habituar a sempre ler notícias e eventos de conhecimentos gerais. O repertório cultural dos candidatos pode, além de evitar "sustos" na hora de descobrir o tema, garantir uma redação diferenciada, e considerada acima da média pela banca de corretores.
Em seguida, na hora de treinar, ganha pontos na preparação quem mantiver a disciplina de produzir a redação com um relógio ao lado, cumprindo todas as etapas da prova (ler os textos de motivação, organizar a estrutura da redação e redigir o texto) a tempo de responder às 90 questões objetivas de matemática e português. É necessário também seguir as regras do Guia de Redação divulgado pelo Ministério da Educação, ou seja, usando os elementos que poderia ser pedidos como textos de motivação para entender o que o tema pede que seja abordado.
Depois de feita a redação, o terceiro passo é pedir que um professor corrija o seu texto e mostre em que pontos ele teve falhas. Vale lembrar que a nota da redação é composta da soma de notas em cinco competências diferentes, por isso, saber onde você precisa melhorar, e refazer as redações até conseguir uma nota alta, pode ajudar no dia da prova.
Se você não tem um professor para corrigir suas redações, uma dica é fazer redações sobre os temas mais recentes do Enem e, depois, comparar o seu texto com provas que tiraram notas altas.
Por Ana Carolina Moreno-G1
