Brincadeiras perigosas transmitidas em vídeo são a nova moda da internet. O caso do menino Gustavo Detter, de 13 anos, morto depois de participar do “jogo da asfixia” ou “choking game”, chamou a atenção do Brasil, mas a prática tem causado vítimas fatais em vários países do mundo. Consiste no desafio de provocar a asfixia até desmaiar, para experimentar sensações fortes.
Não há uma única causa para tais condutas. Os adolescentes têm menos percepção do perigo e pouco autocontrole. Também há os que imitam os mais velhos, no intuito de ser aceitos pelo grupo. Assim como no bullying, a plateia cumpre um papel nocivo, estimulando os jogadores a assumir riscos cada vez maiores. A isso se soma o fato de que as crianças passam muito tempo sozinhas, sem adultos que coloquem limites, sem orientação nem supervisão.

Nem sempre é possível imaginar que os filhos participem desses jogos, então vale até mesmo observar sinais físicos, como marcas no pescoço, ou detectar se a criança tem mexido com cordas ou cintos. Em alguns casos, pode haver traços de depressão. A pergunta de fundo é: o adolescente coloca a própria vida em risco por ignorância, ou porque nem se importa? É urgente que as escolas coloquem o assunto na pauta e orientem adolescentes e familiares.
A medida preventiva mais imediata é monitorar o que os filhos fazem na web, até para conhecer melhor o que pensam, como se expressam, com quem se relacionam, a quais práticas aderem. Mas a linha que separa o monitoramento da invasão de privacidade é tênue.
Fonte: G1 (* foto: Gustavo Detter tinha 13 anos e morreu após ter perdido um jogo online
crédito: arquivo pessoal)