Data publicação: 25 de agosto de 2017
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O vírus da hepatite C foi mapeado em 1989 nos Estados Unidos. O teste só passou a existir no Brasil em meado dos anos 1990. Soma-se a isso o fato de que a hepatite C é uma doença silenciosa: anos se passam e o vírus, sem avisar, pode levar à cirrose e ao câncer hepático.

Ainda, antes usava-se seringa de vidro no Brasil e agulha reutilizável -- o que contribuiu para a disseminação do micro-organismo. Seringa de plástico só veio depois.

Com tudo isso, muita gente ainda pode ter o vírus da hepatite C sem saber: no caso, 1,5 milhão de pessoas, segundo dados de 2016 do Ministério da Saúde.

E foi esse cenário de desconhecimento que estimulou o lançamento de campanha para a detecção precoce de hepatite C nesta sexta-feira (25) em São Paulo. A iniciativa é da Sociedade Brasileira de Hepatologia e da Sociedade Brasileira de Infectologia.

 

"O teste só chegou ao Brasil em 1993, antes disso, não se conhecia o vírus. Por isso, a população acima de 40 anos é o principal alvo da campanha", diz Edmundo A. Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.

 

Também, segundo o especialista, diabéticos devem fazer o teste. Isso porque a hepatite C tem uma relação íntima com a doença: portadores do vírus têm quatro vezes mais chance de desenvolver diabetes tipo 2.

"Não se sabe muito bem ao certo a relação, mas acredita-se que a hepatite C contribui para a resistência à insulina", explica Lopes.

Como a hepatite C é transmitida pelo sangue, também usuários de drogas injetáveis e aqueles que possuem percings e tatuagens também podem ter sido expostos ao vírus caso material descartável não tenha sido usado.

Fonte: G1