Data publicação: 16 de setembro de 2017
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O empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, criticou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em depoimento à 6ª Vara da Justiça Federal em São Paulo nesta sexta-feira (15). A audiência de custódia na investigação sobre uso de informações privilegiadas para lucrar no mercado financeiro durou 38 minutos. O juiz manteve a prisão preventiva dele.

"Eu fui mexer com os poderosos, com os donos do poder, e estou aqui agora", disse Joesley em tom de arrependimento. Ele reclamou de Janot ter rescindido sua delação premiada. "Acho que o procurador foi muito questionado pelo motivo da nossa imunidade. Acho que foi um ato de covardia por parte dele depois de tudo que fizemos, depois de tudo que entregamos de prova. Nós fizemos a maior, a mais importante colaboração da história", afirmou (assista abaixo).

Indagado pelo juiz sobre o motivo do comentário, já que a audiência de custódia trata-se do processo da bolsa de valores e ações da J&F, ele argumentou: "É a primeira vez que estou tendo oportunidade de falar", disse.

Sobre a ação que investiga se houve insider trading, Joesley alegou que as operações feitas pela empresa na bolsa de valores foram normais. "Todas as operações foram naturais de curso, natural da empresa. Não teve nenhum insider. Estou tranquilo em afirmar que faz parte da rotina da empresa."

Indagado pelo juiz se as operações geraram lucro, disse que as ações da JBS como de outras empresas no dia seguinte após o vazamento da delação caíram. "Não houve lucro nem prejuízo. Foram operações porque a gente precisava de caixa."

Joesley alegou que a venda dos ativos foi necessária pois os bancos não estão renovando as linhas de crédito da empresa. "Esse ano, em especial, os dividendos que recebemos foram bastante abaixo da expectativa."

Fonte: G1