Data publicação: 31 de agosto de 2017
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O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) recorreu a um método perigoso para oferecer aos usuários a versão beta da CNH digital para smartphones Android.

Para baixa-lo, os interessados têm de optar por uma opção que abre as portas do sistema operacional para arquivos maliciosos.

A Carteira Nacional de Habilitação eletrônica (CNH-e) será implantada aos poucos pelos Detrans nos próximos meses – o primeiro estado a receber é o de Goiás, em setembro. Chegará a outros estados a partir de fevereiro de 2018.

A versão que foi liberada é uma demonstração e mostra só uma CNH-modelo. Ou seja, dá uma ideia de como o sistema vai funcionar. O motorista não consegue "baixar" a CNH nele.

Apesar de ser oferecido para Android, esse app de testes não pode ser encontrado na Google Play. Para instalá-lo, o usuário tem de baixar um arquivo APK - esse formato é uma forma de compactar conteúdo executável apenas no Android.

Mas como esse download não é feito diretamente da loja oficial do Google, o usuário tem de configurar seu sistema para não rejeitar o aplicativo. É aí que pode morar o perigo. Ele tem de autorizar que o Android baixe aplicativos de “fontes desconhecidas”.

Quem baixa aplicativos fora do Google Play corre mais riscos, apontam dados levantados pelo Google. Um relatório da empresa sobre a segurança do Android mostra que, de todos os celulares que baixam aplicativos fora da loja oficial, 1,05% tinha algum aplicativo indesejado em 2016. Entre os aparelhos fiéis à Google Play, a cifra caia para 0,05%.

O Google descreve como programas exploram a brecha:

  • Aplicativos aparentemente inofensivos convencem o dono do telefone a ativar a mesma configuração solicitada para o download da demonstração da CNH Digital.
  • Depois disso, tentam confundir a vítima: afirmam ser necessária a instalação de um app para "atualizar o sistema" ou "corrigir problemas". O instalado, no entanto, é um programa malicioso (vírus de resgate ou ladrões de senhas, por exemplo).
  • Se a configuração já tiver sido feita, os golpistas pulam essa etapa e levam a vítima diretamente para download e instalação do aplicativo malicioso.
  • Manter a configuração ativa deixa o celular mais exposto a esse tipo de ataque.

Fonte: G1