Data publicação: 26 de junho de 2017
compartilhe:

Acidente em Guarapari foi maior tragédia rodoviária do Espírito Santo (Foto: Bernardo Coutinho/ A Gazeta)

A carreta envolvida na maior tragédia rodoviária do Espírito Santo tinha 26 multas. A informação é do superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Wylis Lyra. Outras irregularidades já haviam sido apontadas no veículo, como o excesso de peso e pneus carecas.

"Vai constar no levantamento feito sobre o caminhão envolvido no acidente. Foram aplicadas 26 multas a esse veículo. Multas de excesso de velocidade, de excesso de peso, de equipamentos obrigatórios que não estavam funcionando. Ele tem multas de fugir da fiscalização. Então, o histórico desse veículo não é um histórico animador para nós que trabalhamos com a fiscalização de trânsito", disse Lyra em entrevista à rádio CBN Vitória.

O advogado da empresa responsável pela carreta, a Jamarle Transportes, foi procurado pelo G1 e disse desconhecer as multas citadas pela PRF.

Pedra se soltou da carreta em acidente na BR-101 em Guarapari (Foto: Ari Melo/ TV Gazeta)

Irregularidades

A PRF disse que a carreta transportava uma carga além da permitida e estava com pneu careca. O superintendente Wylis Lyra disse o relatório da perícia ainda está sendo feito e uma equipe da PRF voltou ao local do acidente nesta segunda-feira (26).

Alguns detalhes precisam ainda ser esclarecidos, como qual a velocidade que estava a carreta, por quantas horas o motorista estava dirigindo e se ele furou a fiscalização da PRF.

Jacymar Pretti, de 63 anos, um dos donos da Jamarle Transportes, empresa responsável pela carreta envolvida em acidente (Foto: Guilherme Ferrari/ A Gazeta)

Dono da carreta

Jacymar Pretti, um dos donos da Jamarle Transportes, empresa responsável pela carreta, chegou a ser preso em flagrante na sexta-feira (23). Mas a Justiça determinou a expedição do alvará de soltura em favor do empresário.

A decisão da juíza Daniela de Vasconcelos Agapito, da Vara de Iconha, saiu na tarde do sábado (24). De acordo com a Secretaria de Estado Justiça (Sejus), o empresário foi solto no início da noite, no mesmo dia.

Negligência

De acordo com o delegado Alberto Roque Perez, a investigação aponta para uma forte negligência por parte dos donos da empresa.

"O veículo estava em condições inadequadas para rodagens. Há indícios muito fortes de que a pedra que estava sendo carregada era 10 toneladas acima do peso permitido, o horário que estava sendo levado era na madrugada para evitar fiscalização", explicou.

Em depoimento, a viúva do motorista da carreta contou à polícia que o marido trabalhava em situação de risco.

"Ela nos confidenciou em depoimento que isso é uma conduta reiterada por parte da empresa, que já ocorreram outros acidentes por esse motivo e que o próprio motorista estava preocupado na noite de quarta-feira, quando saiu de sua residência, com as condições do veículo. Além disso, ela nos passou que, possivelmente, devido ao excesso de que trabalho a que ele estava sendo exposto, ele teria feito o uso de arrebite. A perícia coletou material e vai fornecer os resultados na semana que vem", disse o delegado.

Fonte: G1