Data publicação: 15 de janeiro de 2018
compartilhe:

 

Por:Renato Freitas

Joacyr de Souza Conceição e Tiago Correa Tavares, suspeitos de integrar a quadrilha que fraudava a Previdência do estado do Rio, estão foragidos. Eles são investigados na Operação Cardiopatas e tinham até sexta-feira (12) para se apresentar à Polícia Federal em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.

Os dois foram alvo de mandados de prisão também nesta sexta em uma nova fase da Operação Cardiopatas realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) em Campos e São João da Barra. Como não foram encontrados e não se apresentaram, são considerados foragidos.

Segundo a investigação, a quadrilha causou um prejuízo ao INSS de cerca R$ 4,3 milhões e começou a atuar em 2010. A Polícia Federal aponta que o advogado Joacyr de Souza Conceição e Tiago Correa Tavares aliciavam pessoas para fazerem parte do esquema. No esquema, a quadrilha recrutava pessoas saudáveis para se passarem por doentes. Elas apresentavam os exames de uma mulher com problemas cardíacos à perícia, como se fossem delas. Servidores do INSS, incluindo médicos peritos, que participavam do golpe, aprovavam os exames e autorizavam o auxílio-doença.

O golpe foi descoberto por uma médica perita que desconfiou do mesmo tipo de doença cardíaca em vários pacientes que pediam o auxílio-doença. A fraude também era aplicada por pessoas que fingiam ter problemas ortopédicos.

Nesta sexta, a Polícia Federal e o MPRJ cumpriram cinco mandados de busca e apreensão.

“É um desbobramento com base nos dados coletados na primeira fase da operação. A partir do que descobrimos em dezembro foram expedidos novos mandados de prisão”, informou o delegado Vinícius Venturini, que coordena a operação.

A operação foi deflagrada no dia 8 de dezembro de 2017 quando 13 suspeitos foram presos. A OAB acompanha o trabalho dos policiais, porque advogados são apontados como envolvidos no esquema.

Além de médicos peritos e médicos particulares, também são investigados técnicos do Seguro Social, agenciadores de benefícios e clientes da organização criminosa. De acordo com a PF, foram comprovadas fraudes em 34 benefícios por incapacidade, entre auxílios-doença e aposentadoria por invalidez.
Os investigados responderão pelos crimes de pertencimento à organização criminosa, estelionato previdenciário e corrupção ativa.

Os suspeitos que foram presos na primeira fase da operação ganharam a liberdade após o fim do prazo da prisão temporária. Além destes, dois dos três médicos peritos que tiveram a prisão preventiva decretada conseguiram o habeas corpus.

Na época, os pacientes que tinham perícias agendadas com os médicos presos na operação foram remanejados e passaram pelo procedimentos com outros profissionais.

G1 Norte Fluminense/RFitaperuna o site do povo.