
A advogada goiana Pâmela Helena de Oliveira Amaral promete denunciar o desembargador Eugênio Cesário na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com o argumento de que o profissional a constrangeu em uma audiência nesta quinta-feira (17), em Goiânia. O juiz interrompeu o julgamento por não concordar com o modelo de roupa que a advogada usava para defender seu cliente.
Inconformado, um advogado na plateia gravou um vídeo, que viralizou. A "humilhação", como define a advogada de 33 anos, ocorreu em uma sessão no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). No vídeo, o desembargador acusa Pâmela de infringir o decoro forense. Embora estivesse usando uma peça com alças, o magistrado insistia que não poderia prosseguir com o julgamento enquanto ela estivesse vestindo uma "camiseta".
"Podem discordar, mas nós temos um decoro forense a cumprir. Tem que estar à altura, na forma e na aparência, com o exercício dessa atividade e a senhora vem fazer sustentação oral de camiseta?", disse ele na ocasião.
Cesário chegou a deixar a sala de julgamentos e só voltou depois que outra advogada emprestou um terno para que Pâmela pudesse vestir. "Eu fiquei estarrecida, sem entender. Não assimilei até agora", afirmou a advogada ao UOL. "Foi humilhante, vergonhoso e constrangedor o que ele me fez passar na frente dos meus colegas. A sala estava cheia de estudantes e advogados."
pesar da humilhação, Pâmela preferiu seguir adiante. "Pensei que meu compromisso era com o meu cliente e, diante da postura de outros dois desembargadores que não viram problema com minha roupa, eu prossegui com a sustentação oral, depois de pegar emprestado um blazer com uma colega advogada que nem me conhecia", conta. "Precisou que uma desembargadora convencesse o doutor Eugênio a voltar para ouvir minha sustentação oral."
Fonte: UOL