NinoBellieny
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Exatamente numa Sexta-Feira Santa, o Estádio Jair de Siqueira Bittencourt, o Jairzão, veio ao chão. Os muros em volta do lendário gramado onde Zico, Roberto Dinamite, Romário, Bebeto, Pestana, Zé Carlos Melo, Alexandre Guerreiro, Rogerinho e tantos outros famosos e não-famosos correram pelo que já foi o melhor futebol do mundo, desmoronaram-se pelas pás de uma indiferente retroescavadeira. Torcedores estiveram no local, acompanhando a morte anunciada, mas, não para o dia de hoje, surpresa das primeiras horas da manhã. Até mesmo alguns diretores do Itaperuna E.C, não sabiam. Informações dão conta de que o valor do bem localizado terreno, seria de 15 milhões de reais. A expectativa é de que um pouco mais da metade seja gasta para a construção de um novo, em outro endereço, mais de acordo com os padrões da Fifa. O que vai ser erguido na área do atual, ainda não se sabe, podendo ser um shopping, condomínio residencial ou qualquer outro empreendimento de vulto.
Quanto ao futuro do esporte no interior, em que, cada vez mais o futebol se afasta do seu público e o aproxima do conforto hipnótico dos jogos transmitido pela tv, com narradores e comentaristas fazendo o trabalho de dentro de um frio estúdio; suor, sangue, cheiro de gente, bandeiras ao vento, apito do juiz, gritos de gol, a massa em movimento constante, itens da receita mágica de como assar um bolo de bola, grama e chuteiras, deixam o calor da vida para se transformar em imagens sofisticadas. E a morte do Jairzão é outro bem acabado, nos dois sentidos da palavra, exemplo.
Poncius Pilatus mais uma vez lava as mãos. E a saudade das tardes de Domingo, das noites de Quarta-Feira, dos grandes campeonatos e craques do passado, vai doer de vez em quando no peito dos itaperunenses apaixonados por futebol. Só isso… porque a vida tem de continuar.
Fotos feitas por um torcedor
Excepcionalmente hoje, não teremos a Coluna do Blog. Retorna na próxima Sexta-Feira.
