O prefeito Eduardo Paes inaugurou a Vila Olímpica no último domingo. "É natural que tenha algum ajuste a ser feito, mas vamos fazer os australianos se sentirem em casa aqui. Estou quase botando um canguru para pular na frente deles.
Foi desta forma que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, respondeu às críticas feitas pela delegação da Austrália sobre os problemas de encanamento e eletricidade no prédio a ser ocupado por seus atletas na Vila Olímpica.
A frase, que repercutiu na imprensa internacional, foi dita durante a cerimônia de inauguração do local, no último domingo, e logo foi rebatida por dirigentes australianos, que disseram não "precisar de cangurus, mas de encanadores".
Mas esse não foi o primeiro mal-estar gerado por declarações de Paes na etapa final da preparação para a Rio 2016. Relembre a seguir as controvérsias em que o prefeito carioca se envolveu nos últimos meses:
"Precisamos mostrar que o país não é só roubalheira"
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo em janeiro, Paes defendeu que os Jogos são importantes não só para o Rio, mas também para todo o país.
"Quando eu digo que a Olimpíada é do Brasil, é porque precisamos mostrar que o país não é só Lava Jato, só roubalheira, não é só falta de planejamento, com obra não terminando no prazo."
"Poluição e zika não são temas olímpicos"
Diante das críticas à falha dos planos de recuperação ambiental da Baía de Guanabara e da epidemia do vírus Zika, o prefeito carioca minimizou a relevância de ambos os assuntos para o evento.
"Para mim, a Baía de Guanabara não é um tema olímpico, mas sim da região metropolitana. É um desafio, e não tivemos o problema resolvido ali", afirmou em janeiro, pouco depois do ex-dirigente da Federação Internacional de Vela Peter Sowrey dizer à agência AP que foi demitido por ser contra a realização de provas do esporte no local.
Em fevereiro, em meio ao surto de Zika, alguns atletas cogitaram desistir de competir no Rio. Questionado sobre os impactos da epidemia sobre a Olimpíada, Paes disse não querer "minimizar" o vírus, mas afirmou se tratar de um "problema do Brasil, não de um tema olímpico".
"Temos um fato que é um desconhecimento sobre a zika. Temos mais casos de dengue do que de Zika", disse o prefeito em visita ao Parque Aquático Maria Lenk, onde serão realizadas as provas de polo aquático e saltos ornamentais.
"Esse chororô está atrapalhando demais o Rio (...) Falta o mínimo de comando"
No início de julho, o roubo de equipamentos de duas emissoras da Alemanha repercutiu em todo o mundo.
Ao mesmo tempo, o governador fluminense Francisco Dornelles (PP-RJ) declarou estado de calamidade pública no Estado por conta de sua crise financeira. O secretário estadual de Saúde chegou a afirmar que hospitais podiam não ter condições de funcionar durante o evento.
Paes engrossou, então, as críticas ao governo estadual, comandado por seu partido, o PMDB, até o governador Pezão ser afastado do cargo em março por problemas de saúde.
"Já está atrapalhando demais o Rio esse chororô. Agora, está na hora de trabalhar. Confio no governador Dornelles e espero que ele coloque o secretariado para arregaçar as mangas e pare de tanto blá-blá-blá. É muita reclamação o dia inteiro. (...) Se tiver vergonha na cara, capacidade gerencial e administração, vai resolver os problemas", disse Paes.
Na mesma ocasião, ele também não mediu palavras sobre a segurança do Estado.
"Está no limite, falta o mínimo de comando, não pode virar esse desmando no Rio. Não pode falar que é problema social porque problema social também tem em São Paulo e a gente não vê isso. Tem em Recife, em Belo Horizonte e a gente não vê isso. O que a gente espera das forças policiais do Estado é que elas cumpram suas obrigações."
Paes disse que governo estadual faz um trabalho 'horrível' em segurança pública
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